• Autor Rachel Mendonça Braga
  • Ano 2017/1
  • Resumo

    O projeto (in)pulso - hub criativo + coworking + fablab surgiu a partir da análise do entorno de um terreno localizado no bairro da Freguesia, em Jacarepaguá, Rio de janeiro. O terreno em questão encontrava-se murado e causava impactos consideráveis em seu entorno imediato, no que diz respeito à segurança, iluminação e aspectos da paisagem. Por estar situado no centro do bairro e também no entroncamento de suas principais vias, o local demandava um uso, preferencialmente que estendesse suas atividades para a rua, devido a sua localização tão privilegiada. Mas como fazer isso? O bairro da Freguesia já é bastante consolidado, passou por um processo de crescimento e desenvolvimento relevante nos últimos anos e abriga uma população majoritariamente jovem. Apesar de ser um bairro residencial, conta com um comércio bastante presente e setores com uso misto. Ao analisar o entorno, foram observados alguns pontos relevantes: o primeiro, a grande quantidade de instituições de ensino entre cursos, escolas, escolas técnicas e também 5 universidades, em um raio de até 2km. O outro ponto trata-se de uma grande interferência imobiliária no eixo da Estrada dos Três Rios, uma das principais vias do bairro: a rua que era predominantemente residencial com casa de até 2 pavimentos, deu lugar a um gabarito de até 10 pavimentos de prédios comerciais e mistos. Contudo, os edifícios comerciais encontram-se esvaziados, em virtude de seu alto custo, arquitetura engessada e, consequentemente, falta de demanda. O projeto vem como uma resposta a estes pontos observados. O coworking, por ser uma forma alternativa de trabalho que visa compartilhar espaços, ideias e soluções, tem como principal objetivo agregar pessoas e é ideal para recém formados, pessoas que trabalham em casa, e demais profissionais que buscam algo mais inovador e/ou que não podem arcar com os custos altos de uma sala comercial comum. O fablab, que é um laboratório de fabricação digital, entra neste sistema para apoiar os criativos que trabalhariam no coworking, para agregar criativos em geral, moradores ou não do bairro, estabelecendo uma relação entre aprendizado, criação e sociedade. Além disso, apoiariam as universidades do local que, por falta de estrutura específica, não abrigam cursos na área da indústria criativa. Estes dois programas associados criariam um sistema de criação, aprendizado, participação e colaboração entre universidade, empresas e pessoas, possibilitando crescimento profissional, geração de empregos e maior inserção de jovens no mercado de trabalho. O conceito de coletividade já é uma tendência mundial. A multidisciplinaridade é rica, promove resultados com mais qualidade e torna um produto ou ideia mais eficiente, em qualquer área de atuação. E esse é exatamente o conceito do projeto. A arquitetura deste edifício também traduz este conceito: salas para curso, encontros, workshops e demais espaços de respiro e descompressão são compartilhados entre os usuários do coworking, do fablab e demais visitantes. Os espaços são ligados por uma grande área de circulação e encontro para estabelecer a conexão entre todos os habitantes deste edifício. As praças criadas na cobertura e no nível térreo trazem qualidade de vida, respiro e lazer para o bairro e funcionam como um grande espaço de experimentação de tudo o que for criado no prédio, mais uma vez atraindo pessoas e conectando o edifício com o bairro.


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